terça-feira, 10 de outubro de 2017

Os dilemas da educação pública do Brasil

Entender o papel do Estado nesse momento de valorização do capital é crucial para saber a quem apontar o dedo, nesse momento politico em que nosso país está imerso é fundamental também entender alguns posicionamentos como do Professor Yyoma que nos traz em “A morte da educação escolar pública”, que o estado é o núcleo material da forma política capitalista, o que Yyoma quis dizer com essa afirmação? Em simples palavras, que o estado garanti a continuidade da acumulação e reprodução do capital. Chocado? Eu fiquei! Nesse contexto a educação se ver inserida em tempos de crise do capitalismo, o Estado redefine seu papel, diminui a execução de politicas sócias. Evaldo Vieira (1997) analisa que em nosso país, vivemos em tempos de “politica social sem direitos”, que se iniciou em 1988 e está em plena vigência até os dias atuais. No século XX, precisamente após a Segunda Guerra Mundial, a crise foi amenizada com a aplicação de grandes volumes de recursos públicos para reconstruir os países devastados de forma direta e indireta, de modo que se criaram muitas oportunidades e que foram apoiadas pelo Estado, que sucessivamente solucionou dois problemas de uma única vez: garantir o lucro do capital e recuperar a sociedade, incluindo programas de assistência social e de atendimento público (Educação, previdência social, saúde e reformas trabalhistas ) , este sistema denominou-se Estado de Bem- Estar Social. Porém como Karl Marx previu o capital sempre produzirá crises financeiras. Na década de 1960 a 1970 surgiu uma nova crise que viu como Obstáculo para acumulação do capital o tamanho atingido do Bem Estar Social. As novas oportunidades que deveriam ser criadas acabaram sendo incompatíveis com os interesses desse novo “Estado”. O Brasil no plano internacional nessa época e nessa lógica de reprodução do capital via que o Estado do Bem estar era visto como “menos pobre”, porém nunca atingiria o patamar dos países europeus ocidentais e do Japão. Contudo o declínio causaria mais impactos sociais sobre a população inclusive o Brasil. No inicio de 1990, o Estado volta a se readequar aos interesses do capitalismo mundial, durante o governo FHC (1995-98) houve a Reforma do Estado que se apresentava como uma necessidade econômica, para maior integração do Brasil ao comercio internacional e o capital estrangeiro. Os serviços de empresas de interesse público, e as politicas sócias tornam- se grandes oportunidades de negócio. Observamos por exemplo que o pensamento neoliberal, expressa a necessidade de se fazer um Serviço do estado mais eficiente, principalmente quando se trata de gastos públicos, o discurso de cobrar mais impostos para investir em algum bem estar social se mostra mais antigo do que imaginávamos e mais do nunca temos exemplos de como essa justificativa não funciona em nosso país. O que ocorre, porém está bem longe desse discurso, as politicas sócias cada vez mais perdem seu espaço, intuito transferir para esfera do capital privado o acesso aos fundos públicos que em outros tempos eram aplicados nessas politicas. Desse modo á uma redução dos direitos sociais é o que acontece com a educação pública no Brasil. A lógica é reduzir cada vez mais os gastos públicos, sucateando as escolas publicas do nosso país até chegar ao jogo do processo de privatização. Com o neoliberalismo busca-se construir um “Estado máximo para o capital”. (SANFELICE, 2000, p. 153). A educação pública do Brasil está sendo severamente castigada por esses interesses do capital. Os organismos financeiros internacionais são porta voz e (ditam as regras do jogo), usam a mídia para disseminar a ideia de que precisa REFORMAR, são impostas medidas, diretrizes e estratégias tudo para atender aos interesses do capital, que só atende aos interesses de um grupo específico.